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terça-feira, 26 de maio de 2015

Jardim de Inverno - Kristin Hannah

Oi pessoal... Livro ENFIM terminado.. demorei mais do que o normal para finaliza-lo, mas não por culpa ¨do livro¨ e sim por alguns acontecimentos na vida da pessoa aqui.... Mas preciso dizer uma coisa sobre Jardins de Inverno ... que livro é esse gente ????!!!

Jardim de inverno nos traz a historia da família Whiston . Pai, mãe e duas irmãs, mas não são pais e muito menos irmãs comuns. Na infancia de Nina e Meredith tudo o que elas mais desejam é que sua mãe Anya as ame, como seu pai as ama, mas nada do que elas fazem é o suficiente para que sua mãe as ame. Ate que numa apresentação que as irmãs fazem para agradar a mãe, o ¨tiro sai pela culatra¨e a mãe surta com a peça das filhas pequenas, mas as filhas juram que a partir daquele momento nunca mais irão em busca desse amor que a mãe se nega a dar. 

Anos se passam, as meninas viram mulheres e cada uma segue seu caminho ate que um acontecimento as traz de volta ao lugar onde Nina nunca mais voltou  e Meredith apesar de estar ali todos os dias, age mecanicamente, sem nem menos se lembrar do que se passou ali há tanto tempo. 

Muito diferente de Meredith, Nina é persistente, e não desiste dos seus objetivos, e já que ela esta de volta ela vai cumprir o que prometeu, fazer sua mãe contar a historia que seu pai tanto insisti para que Anya conte às filhas. E é ai que começamos a entender o porque dessa mãe ser tão gelada como neve. 

Confesso que ate o meio do livro ele é meio enrolado ( mas com muita informação que fará sentido mais à frente ), mas depois parece que o trem pega no tranco e vai maravilhosamente bem ate o fim.

Achei que tinha chorado muito com Como eu era antes de voce, mas esse eu mau conseguia ler a linhas finais, porque cada frase eu ficava mais e mais emocionada com as revelações que as irmãs Nina e Meredith descobrem sobre a vida de sua fria mãe Anya.

Uma linda historia de amor e dor, sendo mãe então, algumas passagens doeram em mim...rrss

Enfim no meu humilde conceito nota 11 porque é a leitura que vou indicar pra todos que me perguntarem pelos próximos anos, acho que me tornei fã da Kristin ( agora vou atras de outros titulos dela ) assim como sou  da querida Jojo Moyes.


Sinopse : por www.skoob.com.br 

Meredith e Nina Whiston são tão diferentes quanto duas irmãs podem ser. Uma ficou em casa para cuidar dos filhos e da família. A outra seguiu seus sonhos e viajou o mundo para tornar-se uma fotojornalista famosa. No entanto, com a doença de seu amado pai, as irmãs encontram-se novamente, agora ao lado de sua fria mãe, Anya, que, mesmo nesta situação, não consegue oferecer qualquer conforto às filhas.
A verdade é que Anya tem um motivo muito forte para ser assim distante: uma comovente história de amor que se estende por mais de 65 anos entre a gelada Leningrado da Segunda Guerra e o não menos frio Alasca. Para cumprir uma promessa ao pai em seu leito de morte, as irmãs Whiston deverão se esforçar e fazer com que a mãe lhes conte esta extraordinária história.
Meredith e Nina vão, finalmente, conhecer o passado secreto de sua mãe e descobrir uma verdade tão terrível que abalará o alicerce de sua família… E mudará tudo o que elas pensam que são.
“Difícil não rir um tanto e chorar ainda mais com a história de mãe e filhas que se descobrem no último momento.”
– Publishers Weekly
A história que sua mãe conta é como nenhuma outra já ouvida por elas antes — uma história de amor cativante e misteriosa que dura mais de sessenta anos e parte da Leningrad congelada e devastada pela guerra até o Alasca, nos dias atuais. A obessão de Nina por esconder a verdade as levará a uma inesperada jornada ao passado de sua mãe, onde descobrirão um segredo tão chocante, que abala a estrutura da família e muda quem elas acreditam ser.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Ler Devia Ser Proibido (#sqn) - Texto Maravilhoso de Guiomar de Grammont

Apesar do título dessa postagem parecer errôneo ( note que eu coloquei #sqn entre Parenteses ), esse maravilhoso texto não tem nada de errôneo..
Alem de um belo texto, é a sua ironia que o torna bom ao ponto de ter sido compartilhado em algumas redes sociais.... muito bom mesmo, vale a leitura !!!




"A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.


Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Dom Quixote e Madame Bovary.


O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.


Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram.


Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.


Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo 
Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?


Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.


Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens.


Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.


Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.


Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.


O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlim-pim-pim, a máquina do tempo.


Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?


É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova. Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.


Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.


Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.


Além disso, a leitura promove a comunicação de dores e alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.


Ler pode tornar o homem perigosamente humano."

Por Guiomar de Grammont,  mineira de Ouro Preto, historiadora, filósofa e escritora. Já publicou contos, antologias, livros sobre historiografia e o romance A casa dos espelhos.

Fonte: Trecho do livro, PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus, 1999. pp. 71-3.