Que livro difícil de ler .... ainda não sei se serei capaz de colocar em palavras essa historia cruel, cheia de dificuldade e respiração presa.
Ser mulher, imaginar o sofrimento de Offred, das Aias, das Esposas, das Marthas, das Econoesposas, de toda a vida que elas perderam, foram privadas, da liberdade que lhes foi tirada, muitas vezes da vontade de largar o livro, de verdade.
Tem momentos em que as frases que lemos são tão surreais, tão machistas que dá vontade de sair xingando deus e o mundo por saber que um fanatismo, um egoismo é capaz de tirar o que temos de mais precioso, nossa liberdade
Liberdade de tudo, ir e vir, falar, amar, ter, saber, toda e qualquer tipo de liberdade e tirada de Offred e de todas as mulheres de Gilead
Quando Offred ( o livro é contado por ela ) divaga entre passado e presente entendemos muito mais claramente como era sua vida com marido, filha, trabalho, e toda liberdade que lhe foi tirada.
Como muitas distopias, politica, religião, separação por gênero e injustiça social são muito presentes nessa obra.
Os homens são seres superiores, as mulheres separadas por ¨capacidade ¨de acordo com a conveniência para... os homens .
Aias, boas pra reprodução e nada mais
Esposas, somente dos Comandantes ricos, são ¨secas ¨e não são capazes de gerar filhos
As Marthas, que são as empregadas dos comandantes
As Econoesposas que são as esposas pobres que ainda tem o direito de serem casadas mas sem se reproduzir
E as Tias, que ensinam e guiam as Aias para que seus comportamentos sejam sempre exemplares
Houve momentos em que eu parei a leitura porque era demais pra mim. O poder dado aos homens, à religião que eles distorceram completamente o entendimento, à forma como a política beneficia uns e extermina outros, é cruel e real demais pra uma obra de ficção. ( mesmo quando a autora se inspira em muitos fatos reais de varios acontecimentos no mundo )
Eu sofri lendo esse livro mas fiquei muito feliz por finalmente ter tirado ele da lista dos ¨quero ler ¨pros lidos
Escrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países. Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, o a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump. Em meio a todo este burburinho, O conto da aia volta às prateleiras com nova capa, assinada pelo artista Laurindo Feliciano.
