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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Proibido - Tabitha Suzuma

¨Como pode algo tão errado nos fazer sentir tão bem ¨

Essa é uma das tantas frases e questionamentos que permeiam essa obra tão delicada na escrita, rica nas emoções, mas tão sofrida na vivência dos personagens.

Fazia muito tempo que eu queria ler esse livro, porque li tanta coisa boa sobre ele, apesar de saber que era triste, que eu ia chorar ate, que o tema era muito muito pesado, mas ainda assim quando resolvi finalmente iniciar a leitura não imaginava a grandeza das emoções nessa leitura.

Proibido conta a historia de Maya e Lochan, dois irmãos, ele 17 ( quase 18 ) e ela 16 anos com uma historia de vida, apesar de curta, muito sofrida e muito comum em várias familias por esse mundo afora. Abandonados pelo pai, com mais 3 irmãos menores, uma mãe alcoolatra, que não entende que seus dias de moça jovem passaram, se entrega à bebida, às noitadas com seu namorado, Lochan e Maya simplesmente assumem a responsabilidade de uma casa e de uma familia como se elas fosses deles. Só não trabalham pra sustentar à todos, mas o resto é tudo por conta e risco deles. E justamente por conta de toda essa responsabilidade precoce, os dois que são os irmãos mais velhos, acabam amadurecendo muito antes do que é esperado para adolescentes dessa idade. Mas a melhor parte é que eles tem um ao outro, um apoia o outro nos momentos sofridos, nos momentos de angústia, nos momentos felizes, e assim eles vão levando a vida, juntos, sem nunca deixar transparecer a negligência da mãe e a dor deles pelo abandono do pai, porque essas fraquezas pra eles representa separação entre os irmãos e o pitaco do serviço social da cidade na rotina de vida dos irmãos menores.

Ate aqui, tudo certo, porque muitas familias reais e literárias vivem esses tipo de drama, o ¨must ¨ desse livro, o tem tão delicadamente abordado é o que o faz ser tão intenso, tão sofrido. Maya e Lochan se apaixonam, perdidamente, como homem e mulher, não aquela paixonite e aquele profundo amor que temos pelos nossos irmãos, primos sabe, o que eles sentem um pelo outro é amor carnal, homem e mulher mesmo, e é ai que todo o sofrimento começa.

¨Voce pode fechar os olhos para as coisas que voce não quer ver, mas voce não pode fechar o coração para as coisas que voce não quer sentir ¨

Apesar do tema do incesto ser tão chocante, o livro tem uma escrita tão, mas tão delicada, sutil, que voce inevitavelmente acaba torcendo pra que os mocinhos fiquem juntos, pra tudo entre eles dê certo, porque o amor deles é algo tão intenso, que quando voce esquece que eles são irmãos de pai e mãe, não só de um lado ( o que tambem não justifica rs) voce realmente acredita que o final vai ser de contos de fada. Eu falei pra umas amigas leitoras, gente como pode um livro com esse tema ter final feliz? Isso porque eu nem sabia se era feliz ou não, mas a gente meio que percebe no decorrer do livro que isso não tende a ter nem final feliz e muito menos falta de muitas lagrimas, é pra se chorar mesmo, porque mesmo esperando um final triste, voce não imagina que será esse o final.

Em vários momentos eu me peguei pensando na menor e mais remota possibilidade de me sentir assim com relação aos meus irmãos, meus primos, e simplesmente não consegui, porque nunca os enxerguei assim, brinco que pra mim eles são seres completamente assexuados rrss ( claro que suas esposas e namoradas discordam totalmente ), mas

Mas enfim, lindo o livro, com um tema muito muito pesado mesmo, mas que tem em sua totalidade uma delicadeza, chega-se a sentir o amor em suas palavras, voce se vê sentada no sofá velho da casa dos Whitley assistindo tudo isso de camarote. Lindo. !!!

¨Ele sempre foi mais do que apenas um irmão. Ele é minha alma gêmea, meu ar fresco, a razão pelo qual eu levanto todas manhas. Eu sempre soube que o amava mais do que qualquer coisa nesse mundo e não apenas de um modo fraternal ¨




Sinopse : www.skoob.com.br 

Ela é doce, sensível e extremamente sofrida: tem dezesseis anos, mas a maturidade de uma mulher marcada pelas provações e privações da pobreza, o pulso forte e a têmpera de quem cria os irmãos menores como filhos há anos, e só uma pessoa conhece a mágoa e a abnegação que se escondem por trás de seus tristes olhos azuis.
Ele é brilhante, generoso e altamente responsável: tem dezessete anos, mas a fibra e o senso de dever de um pai de família, lutando contra tudo e contra todos para mantê-la unida, e só uma pessoa conhece a grandeza e a força de caráter que se escondem por trás daqueles intensos olhos verdes.
Eles são irmão e irmã.
Com extrema sutileza psicológica e sensibilidade poética, cenas de inesquecível beleza visual e diálogos de porte dramatúrgico, Suzuma tece uma tapeçaria visceralmente humana, fazendo pouco a pouco aflorar dos fios simples do quotidiano um assombroso mito eterno em toda a sua riqueza, mistério e profundidade.