¨Enquanto houver lugares onde seja possível a asfixia social; em outras palavras, e de um ponto de vista mais amplo ainda, enquanto houver ignorância e miséria, livros como este não serão inúteis. ¨
Eu nunca imaginei que fosse capaz de ler nem esse livro e nem um livro como esse. Quando eu comecei a ler de maneira mais intensa, isso de uns 10 anos pra ca, apesar de sempre ter um livro na cabeceira, na bolsa, mas nos últimos anos tenho me dedicado muito mais à leitura, mas desde essa minha nova fase de leitora, eu sequer me imaginei lendo esse livro. Me lembro de ir nas livrarias, ficar namorando a capa e pensava, será que um dia vou ser capaz de ler ??, ai nos últimos três anos tenho amadurecido a ideia de ler clássicos mundiais... Comecei com Lolita, e de la pra cá to inserindo um ou outro nas minhas leituras e to adorando.
Então me dei de presente esse livrão, e pensei, vou passar ele na frente de todos, porque imagino que não será uma leitura fácil, não vou conseguir ler num piscar de olhos, e de verdade não consegui.
Iniciei a leitura dia 25 de março desse ano e quis tanto ler devagar, pra curtir, entender, não ficar de ressaca, mas principalmente pra conhecer essa obra gigantesca em todos os sentidos.
Se eu disser que 100 % da leitura foi perfeita, mentira, não foi, porque tinha trechos que eram tão cansativos, que a vontade que dava era de pular as páginas. Claro que não pulei, mas juro que vontade não faltou. Uma das características muito presente nessa leitura é a digressão, ou seja, a divagação num determinado assunto. Muitos capitulos começam falando de um determinado assunto, e de repente a gente se pega lendo detalhes que não eram necessários, mas que complementam a historia.
Ler Os Miseráveis, nos faz mergulhar de cabeça na política, na religião, nas crenças, na própria historia do autor, ao mesmo tempo que ele ama sua Paris, ele sabe enumerar seus defeitos com maestria, suas mazelas, sua miséria. Nada de riqueza ostensiva, nada de futilidades, tudo muito real, na veia, e apesar de ser uma obra que se passa no século XIX, ela não poderia ser mais atual. Temas muito pertinentes nesse nosso século, até no nosso país.
Uma das coisas que mais me impressionou durante a leitura foram os sentimentos que se misturam e muito durante cada capítulo. A gente sim odeia Javert, mas houve momentos que senti pena dele. Marius me foi aquele personagem simpático quaseeee, eu disse quase o tempo todo, porque sim eu quis mata-lo em alguns momentos.
Sofri tanto com a historia de Fantine, com o que foi a vida de Cosette, mas eu me apaixonei, total e perdidamente por Jean Valjean. Que personagem incrível. Sr Darcy é o epítome de homem romântico pra muita gente, pra mim o epítome de um homem gigante nos sentimentos, nas ações, no coração é Jean Valjean. Cada nova pagina onde ele aparecia, onde sua historia era contada, eu sofria, eu torcia, eu queria mais e mais sobre ele.
E aquele final, depois de 1500 paginas, sofrer daquele jeito, fala sério, nada de problemas cardíacos, porque nossos corações precisam aguentar tudo aquilo. Fechei a ultima página secando as lágrimas, com uma dor no coração, mas total e completamente feliz por ter lido essa lindeza de historia.
Meu livro ta todinho marcado com post its, e só não risquei, grifei, anotei nas próprias páginas, porque eu ainda tenho dó de riscar os livros. Tenho um caderno que faço anotações sobre trechos, frases, e nos clássicos, escrevo minhas impressões à medida que vou lendo, e tem pelo menos 5 páginas de anotações, só desse livro.
Quando decidi que ia ler, pesquisei sobre a obra, sobre o autor, sobre adaptações, e descobri que tem série, que tem filme ( esse eu ja sabia ), mas sinceramente eu ainda não decidi se vou ve-los. Eu detesto musical, e apesar do filme ser bem recente, com atores que curto bastante, ainda não me decidi se quero ou não ver. Mas confesso que to curiosa pra saber como ficou na telona a historia dessa obra incrível.
Eu seria capaz de ficar horas e horas escrevendo sobre esse livro, mas não vou fazer essa resenha ficar mais longa do que ela ja está e do que já é .
¨Ser santo é uma exceção; a regra é ser justo. Errem, caiam, pequem, mas sejam justos ¨ ( Bispo Myriel )
¨O homem ainda vive mais de afirmação do que de pão. ¨( pg 562 )
¨Ter uma fé, isso é necessário para o homem. Infeliz de quem não crê em nada. ( pg 563 )
¨Quando se está no fim da vida, morrer significa partir, quando se está no princípio, partir significa morrer¨. ( pg 1064 )
Aqui deixei só algumas das passagens que me impactaram enquanto lia essa obra primorosa, e muitas mais poderiam ser incluídas aqui, mas ja sabem ne, ficaria gigante demais rrss
Que livro... que livro ,... que livrooooo ❤❤
Sinopse : www.skoob.com.br
Esta obra é uma poderosa denúncia a todos os tipos de injustiça humana. Narra a emocionante história de Jean Valjean — o homem que, por ter roubado um pão, é condenado a dezenove anos de prisão. Os miseráveis é um livro inquietantemente religioso e político.
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Ana Paula