¨O maior conflito da minha vida era o de só me sentir bem comigo mesmo quando estava alcoolizado ou drogado,e, por fim, nem isso mais estava conseguindo ¨
O cara era um gênio, inteligentissimo, mas tão cheio de angustias, de conflitos internos que lendo esse diário do qual ele escreve em seu periodo de internação numa clinica de desintoxicação, a gente, ou pelo menos eu, fiquei tão angustiada com seus relatos, sua luta diária para que, mais do que se manter são, e livre do álcool e das drogas ele só queria seu lugar ao sol, como ser humano normal, e nem isso ele foi capaz de ter de si mesmo.
¨Ser feliz era uma obrigação, tentar manter o bom humor, a esperança e a vontade de viver idem¨
Quando finalizei esse último paragrafo do livro, eu cheguei até a respirar fundo, porque a angustia é tanta, que chega a ser palpável. Muitas vezes eu lia e relia um parágrafo para entender a profundidade da angustia que ele sentia e para ter a certeza de que eu tinha entendido o que tinha lido. Apesar de não ser um livro difícil, difícil foi acreditar que um ser humano tem uma baixa auto-estima à esse ponto, que do mesmo jeito que se tem tudo, não se tem absolutamente nada. E, acima de tudo, descobrir que fama, dinheiro, status, nunca, jamais trará felicidade pra ninguém, seja um poeta inquieta e talentoso ou um mero mortal como eu.
¨E creio que, ao aprender a gostar de mim mesmo, poderei gostar de outras pessoas não terei problemas que e tive em outros relacionamentos do passado, ou com minha sexualidade. Terei problemas, é certo, mas nada como na epoca da minha dependencia. Serão problemas normais, comuns a qualquer pessoa, e não a tragedia grega que era em minha vida ate a chegar a Vila Serena. ¨( clinica ode ele esteve internado para desintoxicação )
¨... Se conseguir trabalhar meu imediatismo e minha tendencia para racionalizar e seguir a Oração da Serenidade e os doze passos, eu chego la ¨.
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Entre abril e maio de 1993, Renato Russo passou vinte e nove dias internado numa clínica de reabilitação para dependentes químicos no Rio de Janeiro. Durante esse período, o músico seguiu com total dedicação os Doze Passos, programa criado pelos fundadores dos Alcoólicos Anônimos, que incluía um diário e outros exercícios de escrita. É este material inédito que vem à tona depois de mais de vinte anos em Só por hoje e para sempre, graças ao desejo de Renato de ter sua obra publicada postumamente. Entremeando as memórias do líder da Legião Urbana com passagens de autoanálise e um olhar esperançoso para o futuro, este relato oferece a seus fãs, além de valioso documento histórico, um contato íntimo com o artista e um exemplo decisivo de superação.