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domingo, 25 de março de 2018

A Casa dos Butas Ditosos - João Ubaldo Ribeiro

Quando peguei esse livro pra ler, não poderia imaginar o que tinha nas paginas aqui apresentadas. Ta, eu sabia mais ou menos do que se tratava, que era João Ubaldo, então sabia que seria bem bom, mas nunca podeira imaginar o quanto eu ficaria surpresa com essa leitura.

Primeiro achei o livro total e completamente despudorado, a linguagem da senhorinha de quase 70 anos que nos conta o que e como foi sua vida sexual, desde sua mocidade ate a fase adulta só não me deixou de queixo caído ( não pelo tema, mas pela forma como ela põe em palavras) porque leio muita literatura erótica, então não me surpreendo, ja li descrições muito piores kkk.

Gostei do fato dela falar tudo, absolutamente tudo sem nenhuma amarra. Falou mesmo, e daí ( quase isso). Agora quando chegou na parte do Fiz mesmo, e dai, ai já não curti muito. Foi aqui que o livro pra mim começou a ficar quase surreal.

Não to duvidando da historia da senhorinha não identificada, de jeito nenhum, mas quando ela falava que minha amiga tinha feito, Norma Lucia, muitas vezes achei meio forçado. Agora o que me incomodou muito mesmo foi ela contar que fez e que achava normal, sem sentir culpa nenhuma, que teve sim, diversas vezes, relação sexual com seu irmão ( e o pior, que muitos sentem a primeira sensação sexual com os irmãos /irmãs...oi... como assim... ??? Não to dizendo que não acontece, mas que seja normal, preciso pensar nisso mais, porque PRA MIM isso é inconcebível.

Ai quando voce pensa que o pior que ela podia contar e fazer seria o incesto, ela conta um ¨caso¨ com um tio que ela odiava, e que de certa forma ela mesmo se gaba de ter contribuído para o infarto que matou o dito. Não satisfeita, ela ainda diz que devia era ter comido o pai, que era um homem de muito apelo sexual, bonitão e que ela se arrepende por não ter investido no próprio genitor ... Oi ??? Oi ??? Oiiiiii????

Quando ela conta, com muito esmero, muitos detalhes, o que fez pra atazanar a vida de um professor casado, muito bem casado e apaixonado pela esposa, ceder aos seus encantos e meter chifre na esposa amada, e que a esposa deveria agradecer à ela porque ela dever ter feito do professor esposo da outra um homem melhor de cama, ai ja comecei a pegar raiva. Não encaro bem traição, então fico totalmente de bode quando me deparo com essas situações. Claro que eu precisava continuar a leitura pra saber o que mais vinha por ai.

Nem o fato da tal amiga Norma Lucia ter tara por sexo com animais, ao ponto de se excitar com situações inimagináveis que ela entendia  e achava o máximo, os relatos de que as moçoilas da época que ela era muito jovem e que faziam tudo com os homens, menos sexo tradicional ( tudo mesmo ta gente), porque elas tinhas que casar virgens das vias tradicionais, nada me deixou mais de boca aberta e chateada ate, com o relato sobre a forma que ela influenciou o professor pra trair a mulher.

Agora o lado bem positivo é que aqui nos é relatado, sem nenhuma vergonha, sem nenhum pudiquismo, e na forma mais crua o que nós, seres humanos, vivemos, o que podemos ter de mais prazeroso na vida, que é o sexo. O Sexo sem tabu, com vontades sanadas, com desejos saciados, e expostos pra quem quer ler e conhecer.

Agora aqui vou deixar um relato muito pessoal. Fui criada no meio de homens quase que exclusivamente ( tios, irmãos, primos), eu era a unica menina que tinha a mesma idade dos meninos, então era tratada exatamente como eles, no sentido de poder ouvir e dizer o que quer que fosse, não se dizia....psiuuuuu não fala isso porque tem meninas na sala... diziam, o que que tem que tem uma menina na sala, ela pode saber tanto quanto voces, então falar sobre sexo pra mim não é um tabu, não é uma coisa cheia de amarras e limitações. Falo sem problemas e nem rubor. Mas falar é uma coisa ne gente, fazer tudo o que se fala é outra coisa bem diferente. Então por muito que eu tenha lido numa boa esse livro, tem muita coisa que pra mim foi meio ¨fora da casinha¨, mas cada um cada um.

Uma coisa é fato, a senhorinha era porreta, demais, fez e aconteceu como e quando podia. E principalmente curtiu cada minuto da sua vida. Aprendeu sozinha a buscar e conhecer seu próprio prazer, usando artimanhas que ela própria descobria e principalmente fazia os homens fazerem absolutamente o que ela quisesse, sem nenhum questionamento ( ela conta com riqueza de detalhes seu primeiro sexo anal, todas as formas de orgasmo que ela reconhecia em seu proprio corpo, mesmo sem o, como eu ja mencionei, ato sexual ¨tradicional ¨.)

Acho que o principal dessa leitura é ver e entender que sexo é algo total e absolutamente normal na vida de todo e qualquer ser humano, basta que encaremos dessa forma, é fisiológico, é humano, é bom, é prazeroso, é pra ser feito com consentimento de ambas as partes, e não ha motivo pra se ter vergonha quando se faz como e com quem a gente deseja. Claro que não to falando aqui de promiscuidade, de baixaria, mesmo muito gente gostado disso. E isso,o gostaria de qualquer tipo de sexo não qualifica ninguem como promiscuo ou pudico. Eu so to dizendo que tem situações que ela e muitas pessoas vivem não servem para mim e nem pra muita gente. Ela diz que somos caretas, que somos hipócritas, porque no fundo, todos queremos isso.   E eu digo, cara senhorinha contadora da historia, eu não quero e sou muito hipócrita por dizer que nunca, jamais cometeria incesto, teria tesão sexual pelo meu pai ( eca ), por tios amados ou odiados. Sendo assim estou enquadrada na mais alta categoria de careta.

E por fim, porque afinal essa resenha ja ficou gigante, que todos tenhamos em mente, que  mulher gosta sim de sexo, mulher tem sim fetiches, vontades, e isso não faz dela uma prostituta. Sexo, seja ele como for, ¨baunilha¨, com doses de sadomasoquismo, bruto ou sutil é apreciado por ambos os gêneros. Não é só homem que pode gostar e falar disso ( as rodas de mulheres comprovam isso, só nós sabemos o que sai nas rodinhas de conversas só ¨das mina ¨ rrss )





Sinopse : www.skoob.com.br 

Ao receber, segundo afirma, um pacote com a transcrição datilografada de várias fitas, gravadas por uma misteriosa mulher, o escritor João Ubaldo Ribeiro não podia imaginar o que o esperava.

E o inocente leitor, que sequer pode suspeitar o que o aguarda em cada uma das páginas deste livro. Nelas se conta uma vida. E a suposta autora teria enviado seu testemunho para que fosse utilizado para o volume sobre a luxúria da Coleção Plenos Pecados.

O escritor aceitou o oferecimento e o resultado final está agora diante de você. Que deve preparar-se para um relato pouco comum, às vezes chocante, às vezes irônico, sempre instigante. Na verdade, dificilmente a ficção poderia alcançar os limites do que a devassa senhora viveu e narra em detalhes riquíssimos.

Se o leitor tem alguma dúvida, ela logo se dissipará, neste fascinante mergulho na vida espantosa de uma mulher sem dúvida excepcional, cuja narrativa alcança as dimensões de um retrato sociológico de toda uma cultura e uma geração, envolvendo um dos pecados mais indomáveis, e capitais. A luxúria.

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Ana Paula