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terça-feira, 12 de março de 2019

Felicidade Clandestina - Clarice Lispector

Ler Clarice é sempre uma experiencia total e completamente diferente. Pra quem não esta habituada à linguagem da Clarice, por vezes se surpreende com a forma como ela coloca as palavras, mas principalmente pela forma como ela descreve sentimentos. é bem lindo de se ler.

Nesse livro de Contos ( que de acordo com Clarice são só escritos, nada de contos coisíssima nenhuma ), temos alguns textos que ela escreveu para o Jornal do Brasil, la nos anos 70, durante vários momentos da sua vida.

Alguns eu gostei, outros não, e outros eu adorei. Adorei o ¨Restos de Carnaval, muito emocional, e cheio de sentimentos e angustia.

Ahhhh o ¨Macacos¨ ... tão fofo.

E o último,que no fim das contas se tornou meu favorito, foi ¨As Águas do Mundo ¨, linda reflexão de uma situação tão comum... um mergulho no mar.



Sinopse : www.skoob.com.br 

Desde o início, Clarice Lispector recusou a escravidão dos gêneros. Escrevia por fragmentos que depois montava. Escrevia aos arrancos, transcrevendo um ditado interior. As estruturas clássicas não faziam parte desse ditado. Seu olhar passava por cima das regras, quase voraz em sua busca da essência. Este livro bem o demonstra. É composto por contos escritos em épocas diversas da vida de Clarice. E por não-contos. Muitos deles - como Felicidade clandestina, que dá título ao livro - foram publicados no Caderno B do Jornal do Brasil. Como crônicas. Que também não eram crônicas. Convidada em 1967 para escrever semanalmente no JB, Clarice deparou-se com um fazer literário novo. Intimidade a princípio, logo negou os padrões vigentes: "Vamos falar a verdade: isto aqui não é crônica coisa nenhuma. Isto é apenas. Não entra em gêneros. Gêneros não me interessam mais". E "isto" era a mais pura e rica literatura. Nos contos/crônicas/textos - que eu, como subeditora do Caderno recebia semananlmente, datilografados em um envelope de papel pardo, com a recomendação, sempre repetida, de não perdê-los pois eram originais sem cópia - Clarice se expunha em recordações familiares e de infância. Sua irmã Tânia ainda se lembra da menina, filha de livreiro, que encontramos em Felicidade clandestina, atormentando Clarice por conta do empréstimo de um livro. O professor de Desastres de Sofia realmente percebeu o tesouro que Clarice menina escondia. E Come menino é um claro diálogo entre a autora e seu filho. Nada diferencia esses contos, escritos para serem crônicas, de outros contos que aqui estão, escritos para serem contos e publicados anteriormente no livro A legião estrangeira. Pois a força de Clarice não nos chega através das estruturas. Seus textos podem ser desmontados, desfeitos em pedaços - até mesmo diferentes dos fragmentos originais - sem que se perca sua intensidade. Cada palavra ou frase dessa escritora sem igual origina-se em camadas tão fundas do ser, que traz consigo, mais do que um testemunho, a própria voltagem da vida. (Marina Colasanti - jornalista e escritora)

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Ana Paula