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sexta-feira, 9 de junho de 2023

Tudo é Rio - Carla Madeira

 Eu não tenho palavras pra descrever o que foi ler esse livro. E se não tenho palavras pra escrever meus sentimentos, pensa se sou capaz de resenhar uma obra dessa. ... não sou kkkk

Quando comecei a ler, não sabia o que esperar, não li resenhas, não li sinopse, só fiquei com muita vontade de ler porque vi muita gente falando que era um livro espetacular, então coloquei ele na lista

Então comecei, e logo de cara ja peguei um Prefácio que não era sutil, uma orelha que era um aviso, de que esse livro não era simples, era uma obra prima, a curiosidade só aumentava. Daí comecei. 

Ja de cara me encantei com as palavras, poéticas sem ter poesia ( não gosto de poesia de jeito nenhum ) mas a escrita da Carla já me ganhou nas primeiras páginas. 

A medida que vamos conhecendo os personagens a gente vai entendendo do que se trata, até o ocorrido com Venancio e Dalva. Ali eu quis largar o livro, pensei, não, não vou passar por isso, não vou ler e me apaixonar por esse tipo de historia, não quero, porque não vai ser bonito. 

Então a escrita ¨volta no tempo¨, e começamos a entender onde, quando e como tudo começou. O começo da vida de Lucy, Dalva, Venancio, Aurora, Antonio, e até Francisca, e gente, juro, quanto mais eu lia e conhecia suas historias, mais eu queira devorar o livro e conhece-los.

Me apaixonei tanto por Dona Aurora que queria uma Mãe como ela e quero ser Mãe como ela. Firme, decidida, amorosa, acolhedora, entendedora, e nada, absolutamente nada julgadora. Fiquei perdida na sua sabedoria. E ela nem é protagonista, aparece muito pouco, mas o suficiente. 

A Lucy foi um caso sério pra mim, mas ela é um personagem tão bem construido que  quando as últimas páginas são reveladas a gente se torna simpático por e com ela. 

Eu quis matar Venancio em muitosssssss momentos. Queria que ele sofresse muito mais do que ele ja sofria, e apesar de eu ter achado pouco o que ele passou, ainda queria mais sobre ele, principalmente no último capítulo. Achei que e Carla poderia ter dado mais um capítulo de bonus pra que ele pudesse realmente mostrar o que ia no seu coração naquele momento. 

E Dalva, apesar de ter achado ela um ser humano extremamente controlado, em muitos momentos eu queria gritar por ela. A cada nova passagem dela em frente a Casa de Manu, os insultos que ela sofria, eu tinha vontade de levantar do sofá e sair correndo por ela e agarrar os cabelos daquela fdp que humilhava e xingava ela sem saber de absolutamente nada da vida de Dalva, do que ela tinha passado, da sua dor. Massssss sendo filha de Dona Aurora, criada da forma que foi, Dalva foi um ESPETACULO de mulher até o ultimo minuto do livro... senti tanta pena dela e chorei tanto com a descoberta final que quase não conseguia ler 

E Dona Francisca... ah Dona Francisca... só perdeu pra Dona Aurora por mim viu. O que ela fez por Vicente, por Dalva, pelas 3 Marias e por ela mesma foi de uma grandeza, de um amor que enche os olhos e coração

Tudo é Rio é isso ... é Amor, é coração, é dor, é rio mesmo, corre pra lá e pra cá, para, anda, ta sempre em movimento, mas as vezes para, respira pra poder continuar. Analogia melhor não existe. E quando a gente termina, entende perfeitamente porque Tudo é mesmo Rio !!!! 





Sinopse : www.skoob.com.br 

Tudo é rio é o livro de estreia de Carla Madeira.


Com uma narrativa madura, precisa e ao mesmo tempo delicada e poética, o romance narra a história do casal Dalva e Venâncio, que tem a vida transformada após uma perda trágica, resultado do ciúme doentio do marido, e de Lucy, a prostituta mais depravada e cobiçada da cidade, que entra no caminho deles, formando um triângulo amoroso.

Na orelha do livro, Martha Medeiros escreve: “Tudo é rio é uma obra-prima, e não há exagero no que afirmo. É daqueles livros que, ao ser terminado, dá vontade de começar de novo, no mesmo instante, desta vez para se demorar em cada linha, saborear cada frase, deixar-se abraçar pela poesia da prosa. Na primeira leitura, essa entrega mais lenta é quase impossível, pois a correnteza dos acontecimentos nos leva até a última página sem nos dar chance para respirar. É preciso manter-se à tona ou a gente se afoga.”

A metáfora do rio se revela por meio da narrativa que flui – ora intensa, ora mais branda – de forma ininterrupta, mas também por meio do suor, da saliva, do sangue, das lágrimas, do sêmen, e Carla faz isso sem ser apelativa, sem sentimentalismo barato, com a habilidade que só os melhores escritores possuem.

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Ana Paula