Fiquei muito envolvida na escrita de Chimamanda, apesar de alguns termos que ela usa na linguagem nigeriana ainda assim é fácil o entendimento.
Adorei conhecer a vida de extremos da familia de Eugene e da familia de quase nada da Ifeoma. Mas me angustiei tanto durante a narrativa de Kambili, a angustia de Mama e Jaja e a simplicidade de Amaka, Chima, Obiora e a leveza do Padre Amadi. Todos eles a sua maneira, vivendo um dia de cada vez, sem esperar muito do amanha.
Kambili é quem nos conta a historia de sua familia ( pai, mãe e irmão) e de sua tia Ifeoma e seus primos. Seu pai Eugene é um católico fervoroso, fanático, que renega sua própria cultura, seu próprio pai por acha-lo pagão e pecador, e sua irmã, extremamente inteligente e estudada, mas só porque não abraçou a mesma crença dele. Eu tive tanta vontade de matar Eugene o livro todo. Cada vez que Kambili e Jaja se retraiam por cada castigo que o pai achava que era necessário aplicar nos filhos que nunca gente, nunca mesmo saiam da linha, cada vez que Mama sofria por tudo o que estava passando ( eu queria poder contar a cena que mais me chocou, que me fez chorar, mas seria um spoiller gigante, so vou dizer que eu sofria em cada cena descrita pela menina quando se referia à sua mãe). Mas apesar de Eugene ser um doente fanático, ele era extremamente generoso pros pobres. Doava e ajudava muitos necessitados, era extremamente reconhecido por esses beneficiados como uma pessoa de um coração sem tamanho, mas ele tem um jeito extremamente dubio de mostrar esse bom coração pra sua própria familia.
Seus dois filhos não podem se expressar, tudo é Sim Papa, Obrigado Papa, Claro Papa, não é permitido a Jaja e Kambili expor suas vontades e pensamentos, e quando os dois irmãos vão passar uns dias na casa da Tia Ifeona e se veem diante de uma realidade total e completamente diferente da deles. Tudo é alem de surpreendente, é vivo. Ver Amaka, Obiora e Chima debatendo tudo com a mãe, mesmo na dificuldade de transporte, de comer, de viver, Jaja e Kambili se encantam com essa vida simples mas liberta.
Ate Kambili conhecer o Padre Amadi e se encantar, perdidamente por ele ( ta na sinopse gente, não é spoiller pra que fique claro). Kambili começa e sentir e pensar coisas que a deixam confusa, culpada, tudo ao mesmo tempo.
Conforme a historia vai se aproximando do fim, tudo vai ficando tão mais intenso, mais incrível que eu ficava rezando pra ter mais páginas. Com um pouco mais de 300 paginas eu tava torcendo pra ter mais e mais. Porque teria sido incrível ler mais e mais sobre essas familias, essas pessoas, essa escrita, tudo, absolutamente tudo.
Já to contando os minutos pra ler o próximo livro da Chimamanda.
Sinopse : www.skoob.com.br
Protagonista e narradora de Hibisco Roxo, a adolescente Kambili mostra como a religiosidade extremamente "branca" e católica de seu pai, Eugene, famoso industrial nigeriano, inferniza e destrói lentamente a vida de toda a família. O pavor de Eugene às tradições primitivas do povo nigeriano é tamanho que ele chega a rejeitar o pai, contador de histórias encantador, e a irmã, professora universitária esclarecida, temendo o inferno. Mas, apesar de sua clara violência e opressão, Eugene é benfeitor dos pobres e, estranhamente, apoia o jornal mais progressista do país. Durante uma temporada na casa de sua tia, Kambili acaba se apaixonando por um padre que é obrigado a deixar a Nigéria, por falta de segurança e de perspectiva de futuro. Enquanto narra as aventuras e desventuras de Kambili e de sua família, o romance também apresenta um retrato contundente e original da Nigéria atual, mostrando os remanescentes invasivos da colonização tanto no próprio país, como, certamente, também no resto do continente.
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Ana Paula